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A transformação digital pode reduzir o Protection Gap
Saiba como as seguradoras podem superar o Protection Gap com uma abordagem centrada no cliente e suportada por uma transformação digital e organizacional.
É de conhecimento público que Portugal está muito vulnerável às alterações climáticas, porque, para além da geografia, tem um Protection Gap bastante superior ao da média europeia. Ou seja, a maioria dos ativos e atividades económicas e sociais não têm cobertura para os fenómenos climáticos que decorrem dessas alterações.
Os episódios recentes de cheias, incêndios e seca extrema podem, por isso, dar origem a grandes encargos sociais e económicos, que impactam a vida e as economias dos cidadãos, mas também das entidades públicas.
Nesse sentido, na última Conferência Nacional de Seguros, Nuno Albuquerque e Castro, Partner, Head of Insurance Practice da NTT DATA Portugal, chamou a atenção para esta situação e demonstrou como a transformação digital pode ajudar as seguradoras a alargarem as coberturas para esta área, reduzindo o Protection Gap e dando mais confiança às populações e à economia para fazer face às alterações climáticas.
A antecipação do perigo e a rapidez na resposta ao incidente são, logo à partida, dois fatores nos quais a tecnologia pode ajudar e que, por razões óbvias, são do interesse de todas as companhias de seguro que pretendem garantir a eficácia da sua oferta.
Em entrevista ao ECO, o responsável da NTT DATA Portugal, destacou as vantagens das soluções digitais para garantir eficácia e qualidade nos serviços das seguradoras, mas também como ferramenta para diminuir o Protection Gap.
De que forma a aposta em ferramentas digitais e na IA pode ser vantajosa para as seguradoras e respetivos clientes?
A transformação digital não é uma realidade nova, está a acontecer e a mudar hábitos de consumo, comportamentos, expectativas e decisões, ou seja, está a mudar as rotinas da sociedade e, como tal, também a atividade seguradora tem de acompanhar esta transformação para melhor servir os seus públicos: colaboradores, clientes, parceiros, etc.
Para além de ser parceira de transformação das grandes seguradoras internacionais e das maiores a operar em Portugal, a NTT DATA acompanha de muito perto a evolução tecnológica e o que vai acontecendo no mercado das insurtechs, o que nos permite antecipar o que será o futuro da atividade seguradora. O que constatamos é que as soluções digitais já estão a mudar a forma como as pessoas se relacionam com as seguradoras e como elas gerem o risco dos segurados.
Para além de proporcionarem mais proximidade entre as partes – hoje em dia, uma seguradora está à distância de um clique – as soluções digitais, entre as quais a IA, facilitam a subscrição de apólices, a personalização dos seguros, a partilha e tratamento de informação, mas, acima de tudo, permitem às seguradoras aproveitar o desenvolvimento tecnológico, dos gadgets, wearables e sensores, assim como a existência e conjugação de múltiplas fontes de dados para, em instantes, fazer avaliações de risco ou espoletar uma resposta instantânea a um incidente. Assim se vê o potencial que reside no digital para transformar a atividade seguradora e melhorar o serviço que as empresas do setor prestam à sociedade.
Na última Conferência Nacional de Seguros, falou sobre a utilização de sensores que alertam em casos de seca, inundações ou outros desastres naturais como uma boa ferramenta. Mas, na prática, que benefícios traz para as seguradoras?
O caso de uso apresentado na Conferência é apenas um exemplo de como a transformação digital pode reduzir o Protection Gap em matéria de alterações climáticas e que mostra como a sociedade pode tirar partido da tecnologia para aumentar a cobertura de atividades e ativos segurados numa área sensível e cada vez mais relevante para todos nós.
Existem mais exemplos para além da utilização de sensores e o cruzamento de dados de satélite, com bases de dados contextuais para determinar os danos causados por períodos de seca intensa. Os anos recentes têm-nos mostrado como as catástrofes e fenómenos naturais podem ter graves consequências sociais e económicas. Refiro-me aos incêndios florestais, às inundações e à seca extrema, para dar três exemplos e, como tal, é importante percebermos de que forma podemos mitigar estes riscos e reduzir os seus impactos negativos.
O que sabemos é que a tecnologia atualmente disponível já oferece às organizações e às seguradoras, em particular, a possibilidade de alargarem as suas áreas de cobertura, melhorando as avaliações de risco e acelerando a capacidade de resposta junto dos clientes. O exemplo hipotético que apresentei mostra que já existem soluções para as seguradoras estabelecidas reinventarem a jornada dos seus clientes, protegendo-os de inundações e fenómenos de seca, com recurso a tecnologia de dados e sensorização. Em escala, este exemplo tem o potencial de alavancar o negócio das seguradoras, ao mesmo tempo que reduz os efeitos sociais e económicos dos fenómenos climáticos, aumentando também a reputação do setor.
A transformação digital pode, por isso, reduzir o Protection Gap e aproximar os indicadores de Portugal da média europeia (96% vs 78%). O que os dados nos dizem é que a sociedade e a economia portuguesas estão mais vulneráveis às alterações climáticas, não só por razões geográficas, mas também porque em Portugal temos menos atividade e ativos cobertos por apólices relacionadas com fenómenos climáticos. Isto pode explicar-se por uma eventual falta de literacia em seguros e aspetos macroeconómicos, mas eu atrevo-me a dizer que a falta de sensibilização para o tema, a reduzida oferta e a falta de incentivos também contribuem para a situação. Por tudo isto, creio que as seguradoras devem utilizar a transformação digital como alavanca para alargarem a sua oferta de serviços, aumentando as coberturas para fenómenos climáticos, ao mesmo tempo que promovem uma experiência de cliente diferencial.
Qual é, então, o papel que as seguradoras devem ter dentro deste tema?
Numa altura em que a sociedade portuguesa está cada vez mais consciente para os efeitos das alterações climáticas, creio que as seguradoras e todos os agentes do setor deverão procurar continuar a cooperar para reduzir o Protection Gap nesta área. Até porque isto é uma oportunidade de negócio. Para isso, deverão continuar a reforçar a sensibilização para o tema, promover a literacia financeira, defender a introdução de incentivos fiscais e contribuir para a constituição de fundos, ao mesmo tempo que desenvolvem e apresentam serviços diferenciais dedicados à cobertura deste tipo de riscos. Por outro lado, e sendo este um tema cada vez mais prioritário, não será de surpreender se os próprios clientes começarem a desafiar as seguradoras a desenvolverem produtos à medida desta problemática.
Que soluções a NTT Data oferece para apoiar as seguradoras nesse caminho?
A NTT DATA é uma consultora global de negócio e tecnologia, que reinventa e transforma as organizações pela inovação. Como tal, as seguradoras encontram em nós um parceiro de consultoria estratégica que as ajuda a enfrentar os desafios do negócio e a aproveitar as oportunidades do mercado. Somos um parceiro de inovação, com o qual as seguradoras contam para navegar as tendências do mercado e os ecossistemas que se vão formando. No fundo, transformamos o negócio segurador do core à experiência do cliente, passando pelo desenvolvimento de produtos e serviços, bem como pela reinvenção dos modelos de trabalho. Acompanhamos de perto a inovação tecnológica e estamos muito atentos ao que o mercado insurtech vai fazendo, o que nos permite rapidamente desenhar cenários e soluções de vanguarda para os nossos clientes.
Fonte: Eco Seguros